No contexto escolar atual, é impensável fazermos algumas tarefas sem a ajuda de um computador. Pilhas de cadernos, agendas e planilhas de papel foram substituídas por arquivos no computador, que facilitam o fechamento de notas, o controle de presenças, a emissão do histórico dos alunos, etc. Provas são ricamente elaboradas com o uso de softwares, internet e editores de texto. Chega um momento, porém, em que a presença de alguns recursos tecnológicos deve deixar de ser imprescindível apenas no espaço administrativo e ocupar seu lugar onde será mais útil e mais ricamente aproveitada: a sala de aula.
Os recursos tecnológicos na escola
É evidente a insatisfação dos alunos em relação a aulas ditas "tradicionais", ou seja, aulas expositivas nas quais são utilizados apenas o quadro-negro e o giz. O aprender por aprender já não existe: hoje, os alunos precisam saber para que e por que precisam saber determinado assunto. Essa é a típica aprendizagem utilitária, isto é, só aprendo se for útil, necessário para entrar no mercado de trabalho, visando ao retorno financeiro. A internet invade nossos lares com todas as suas cores, seus movimentos e sua velocidade, fazendo o impossível tornar-se palpável, como navegar pelo corpo humano e visualizar a Terra do espaço sem sair do lugar. É difícil, portanto, prender a atenção do aluno em aulas feitas do conjunto lousa + professor.
Então, por que fazer o mesmo quando se pode fazer diferente? Uma vez
que os alunos gostam tanto de aulas que utilizam a tecnologia, por que
não aproveitar essa oportunidade e usá-la a seu favor? A aula pode
entusiasmar os alunos de maneira ao menos parecida com que são excitados
pelos jogos e filmes de alta qualidade em efeitos especiais. A escola
precisa modernizar-se a fim de acompanhar o ritmo da sociedade e não se
tornar uma instituição fora de moda, ultrapassada e desinteressante.
Embora lentamente, ela está fazendo isso. Saber que o aluno aprende com o
que lhe prende a atenção todos sabem. A questão é: estão os
professores, as escolas e os sistemas de ensino preparados para tal
mudança?
Aulas modernizadas pelo uso de recursos tecnológicos têm vida longa e
podem ser adaptadas para vários tipos de alunos, para diferentes faixas
etárias e diversos níveis de aprendizado. O trabalho acaba tendo um
retorno muito mais eficaz. É importante, no entanto, que haja não apenas
uma revolução tecnológica nas escolas. É necessária a revolução na
capacitação docente, pois a tecnologia é algo ainda a ser desmistificado
para a maioria dos professores.
Existe uma infinidade de programas disponíveis para montagem de
exibições de slides, de atividades interativas e jogos; porém, alguns
professores não sabem como utilizá-los. Utilizar o computador em sala de
aula é o menor dos desafios do professor: utilizar o computador de
forma a tornar a aula mais envolvente, interativa, criativa e
inteligente é que parece realmente preocupante. O simples fato de
transferir a tarefa do quadro-negro para o computador não muda uma aula.
É fundamental que a metodologia utilizada seja pensada em conjunto com
os recursos tecnológicos que a modernidade oferece. O filme, a lousa
interativa, o computador, etc., perdem a validade se não se mantiver o
objetivo principal: a aprendizagem.
O que vem sendo feito e o que é possível melhorar
Os recursos tecnológicos devem servir como extensões do professor. Ideias abstratas tornam-se passíveis de visualização; o microscópico torna-se grande; o passado torna-se presente, facilitando o aprendizado e transformando o conteúdo em objeto de curiosidade e interesse. O essencial é que as aulas obedeçam a uma cadeia de ideias que deixe o aluno orientado em relação ao que está aprendendo. Cada aula não é uma aula, e sim uma aula que veio antes de uma aula e depois de outra. O aprendizado deve ser interligado.
O que vem sendo feito e o que é possível melhorar
Os recursos tecnológicos devem servir como extensões do professor. Ideias abstratas tornam-se passíveis de visualização; o microscópico torna-se grande; o passado torna-se presente, facilitando o aprendizado e transformando o conteúdo em objeto de curiosidade e interesse. O essencial é que as aulas obedeçam a uma cadeia de ideias que deixe o aluno orientado em relação ao que está aprendendo. Cada aula não é uma aula, e sim uma aula que veio antes de uma aula e depois de outra. O aprendizado deve ser interligado.
Em língua portuguesa, por exemplo, podem ser trabalhados textos
utilizando apenas um computador e um programa Word. A professora pode
incluir comentários nos textos dos alunos sem alterá-los e depois pedir
que revisem. Outra atividade interessante é pedir aos alunos que
pesquisem na internet um texto narrativo e solicitar que mudem o gênero
textual para poesia ou teatro (Magalhães e Amorim, 2008). A internet é
uma fonte riquíssima e excelente aliada do professor de português. Podem
ser realizadas produções de textos baseadas em histórias em quadrinhos
disponíveis na rede (www.turmadamonica.com.br).
Sites de notícias podem ser visitados para analisar, por exemplo, como
determinado país divulgou um acontecimento de âmbito mundial.
Nessa seqüência, pode-se trabalhar o texto jornalístico, e os próprios
alunos montam um jornal da escola utilizando programas no computador.
Gráficos e tabelas no Excell podem ser elaborados com o auxílio do
professor de matemática; artigos sobre o meio ambiente e alguma questão
que envolva a comunidade local podem ser criados com o apoio dos
professores de ciências e geografia. O mesmo jornal pode ser trabalhado
no formato de telejornal, e os alunos poderão fazer gravações com
câmeras digitais. As videoconferências, realizadas através de programas
como o Skype, por exemplo, são particularmente úteis para o professor de
língua estrangeira, que poderá acordar com professores de outros países
que ensinam a língua em questão, em séries equivalentes, para que os
alunos possam conversar on-line.
Febre entre a garotada, e agora ferramenta para a sala de aula, são os
sites de relacionamento e os blogs. Com atividades dirigidas e objetivos
claramente estabelecidos, é possível levar para a escola oportunidades
reais de uso da língua estrangeira ou mesmo da língua materna. Não
podemos esquecer os sites de atividades interativas, especialmente os
jogos on-line. Atividades como bingo, anagramas, caça-palavras, palavras
cruzadas e forca são alguns exemplos de exercícios interativos.
A internet tem papel fundamental no ensino de língua inglesa. É a fonte
natural da língua, mais acessível para alunos de qualquer contexto
social. Desde formulários para diversas finalidades até a inscrição em
muitos sites de relacionamento terão de ser preenchidos em inglês. Isso
já representa uma necessidade de aprender uma língua estrangeira, uma
vez que muitos querem uma razão para isso. Vídeos no Youtube, músicas e
vários outros recursos são mais alguns exemplos de que não é necessário
viajar para o exterior para ter contato com falantes nativos de inglês.
As possibilidades
Diante de tantas possibilidades, convém saber que existem estudiosos que já pensaram a respeito e que escrevem ricamente sobre o assunto, dando ao professor subsídios para o planejamento de aulas com um pouco mais de segurança e bastante criatividade. No livro Cem aulas sem tédio, as professoras Vivian Magalhães e Vanessa Amorim (2003) defendem a ideia de que precisamos encarar nossos medos e utilizar os recursos tecnológicos como apoio para nossas aulas. Enfatizam ainda que os professores jamais serão substituídos pela tecnologia, mas aqueles que não souberem tirar proveito dela correm o risco de ser substituídos por outros que sabem. O uso da internet em sala de aula fornece subsídios para um ensino mais centrado no aluno e em suas iniciativas (Leventhal, Zajdenwerg e Silvério, 2007). Além de abrir perspectivas durante as aulas, revela-se como uma útil ferramenta na área de pesquisa para projetos, desenvolvimento de leitores e acesso à informação.
As possibilidades
Diante de tantas possibilidades, convém saber que existem estudiosos que já pensaram a respeito e que escrevem ricamente sobre o assunto, dando ao professor subsídios para o planejamento de aulas com um pouco mais de segurança e bastante criatividade. No livro Cem aulas sem tédio, as professoras Vivian Magalhães e Vanessa Amorim (2003) defendem a ideia de que precisamos encarar nossos medos e utilizar os recursos tecnológicos como apoio para nossas aulas. Enfatizam ainda que os professores jamais serão substituídos pela tecnologia, mas aqueles que não souberem tirar proveito dela correm o risco de ser substituídos por outros que sabem. O uso da internet em sala de aula fornece subsídios para um ensino mais centrado no aluno e em suas iniciativas (Leventhal, Zajdenwerg e Silvério, 2007). Além de abrir perspectivas durante as aulas, revela-se como uma útil ferramenta na área de pesquisa para projetos, desenvolvimento de leitores e acesso à informação.
Outro aspecto interessante é que, em sua maioria, o material disponível
na internet, ou mesmo filmes e documentários, não respeitam uma
sequência linear de aprendizado. Assim, levando-se em consideração o
conhecimento prévio do aluno, é possível proporcionar um envolvimento
completo, uma interação ampla com o mundo que o cerca. Ele precisa ser
desafiado para que possa aprender efetivamente, conforme o conceito
elaborado por Vygotsky (1984) acerca da zona de desenvolvimento proximal
(ZDP). Ela se refere à distância ente o nível de desenvolvimento real,
que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e
o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de
problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com
companheiros mais capazes.
O papel do professor, segundo essa teoria, é o de mediador, auxiliando o
aluno a alcançar seu potencial máximo, aproveitando todos os benefícios
educativos que os recursos tecnológicos podem oferecer. O vídeo, por
exemplo, é um grande aliado da ação pedagógica, já que está diretamente
ligado ao conceito de lazer. Desse modo, o professor traz para a sala de
aula um elemento da realidade do aluno, fugindo da linguagem
tradicional da escola, que é normalmente o padrão escrito.
Um papel que precisa ser reavaliado é o da televisão em sala de aula.
Há um grande número de programas a serem analisados a fim de introduzir
um conteúdo, aprofundá-lo ou ilustrá-lo, como novelas, desenhos,
noticiários, documentários, clipes, programas de auditório, entre
outros. Segundo Moran, "Tudo o que passa na televisão é educativo. Basta
o professor fazer a intervenção certa e propiciar momentos de debate e
reflexão" (2006).
Independentemente do recurso tecnológico em questão, o professor é o
sujeito capaz de mediar o aprendizado e torná-lo mais atrativo,
divertido e interessante para os alunos. Os recursos tecnológicos, bem
mais do que aguçar a curiosidade do aluno em relação ao que está sendo
ensinado, ajudam a prepará-lo para um mundo em que se espera que ele
conheça, além dos conteúdos escolares, todos os recursos por meio dos
quais esses conteúdos foram trabalhados.
O aluno tem direito ao acesso às tecnologias na escola: "A sólida base
teórica sobre informática educativa no Brasil existente em 1989
possibilitou ao MEC instituir, através da Portaria Ministerial nº
549/89, o Programa Nacional de Informática na Educação - PRONINFE, com o
objetivo de desenvolver a informática educativa no Brasil, através de
atividades e projetos articulados e convergentes, apoiados em
fundamentação pedagógica sólida e atualizada, de modo a assegurar a
unidade política, técnica e científica imprescindível ao êxito dos
esforços e investimentos envolvidos" (História da informática educativa
no Brasil, site do MEC/SEED/PROINFO, nome do autor não indicado). Assim,
a escola cumpre duplamente seu papel: ensina e educa, educando para um
mundo no qual a tecnologia é não só necessária, mas também essencial.
São muitos os benefícios trazidos pelos recursos tecnológicos à
educação. Contudo, é preciso que o professor conheça as ferramentas que
tem à sua disposição se quiser que o aprendizado aconteça de fato. O uso
das tecnologias na escola está além de disponibilizar tais recursos;
ele implica aliar método e metodologia na busca de um ensino mais
interativo.
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